Nem sempre fiz isto responde-me o chauffer da camioneta em que seguimos quando lhe pergunto ha quantos anos guiava turistas de Antigua ate as margens do Lago Atitlan.
O lago de Atitlan foi em tempos uma enorme cratera de vulcao, entao ainda activo.
Os povos indigenas fixaram-se a volta deste lago onde sobreviviam da agricultura mas desde ha 40 anos para ca, quando descobriram que era mais proveitoso venderem os seus terrenos aos gringos para construirem casas de ferias que os usarem para plantar feijao, milho e cafe, rapidamente os comecaram a alienar.
Em 85 um grupo de Norte Americanos puseram em pratica um projecto de piscicultura e trouxeram uma especie de peixe israelita chamada "blackpass" (escrito como ouvido).
Este peixe de grandes dimensoes, rapidamente dizimou a populacao marinha nativa do lago, as especies Tilapia e Guapote.
Foi este projecto que pos fim a vida de pescador que levava o meu motorista assim como a toda a sua familia, ja que para pescar o blackpass e necessario um arpao e equipamento de mergulho inacessivel aos indigenas por razoes obvias.
O clima aqui e temperado, faz-me lembrar a primavera no Mediterraneo. Talvez seja por o lago apesar de estar num pais tropical se encontrar a 1500 metros de altura...
A diferenca e que aqui so ha duas estacoes, obedecendo agora sim ao clima dos paises tropicais.
A epoca das chuvas e a estacao seca.
Ontem na viagem de autocarro para ca tivemos tambem a sorte de dar-mos de caras com um Espanhol de raizes, Guatemalteco de nacionalidade, que por acaso umas horas mais tarde se cruzou connosco ao jantar, e depois de uma hora de conversa nos convidou para visitar um projecto seu ali no lago na manha seguinte.
E arquitecto, tem um ar Europeu e topa-se a legua que e artista. O seu Pai veio para a Guatemala trabalhar e por aqui criou familia e acabou por ficar.
Um dia veio ao lago apaixonou-se por este e decidiu ca ficar a viver para fugir da confusao e do perigo de Guatemala City. Agora desenha casas essencialmente para estrangeiros que tal como ele se apaixonam pelo lago. Goza de uma grande liberdade pois nao existe qualquer tipo de regras ou planos para as construccoes no lago, facto alias provado pelo enorme mamarracho verde de 12 andares plantado na margem deste.
"Una historia muy fea, muy fea" diz-me.
Ao lado deste hotel existem uma serie de casa lindas todas perfeitamente integradas na paisagem.
Aqueles terrenos foram em tempos todos possuidos por uma familia colombiana que aceitou na altura vender um lote mesmo ao lado dos seus a um velho amigo da familia, eis senao quando este comeca um projecto hoteleiro no terreno que tao gentilmente lhe fora cedido.
Chegamos finalmente depois de uma viagem na sua lancha de meia hora a sua casa. O seu sonho e objectivo e fazer com que esta casa seja um dia futuro totalmente auto-sustentavel.
Tem projectos para cultivar cafe, fazer uma horta e ate um centro de piscicultura ao lado do seu ancoradouro.
Veem-se ainda paineis solares e um moinho eolico. Tudo e ecologico num sitio onde hoje em dia a falta de respeito pelo meio ambiente digna de estes paises de terceiro mundo parece imperar.
- Se o Mundo acabar, sobrevivo aqui so a olhar para o lago.
Apesar de mais culto e viajado que qualquer um de nos, suspeito que inconscientemente, se prepara para o fim desta era, que de acordo com a lenda Maya acabara no nosso ano de 2012.
Penso que aqui acaba a minha aventura pelas terras Guatemaltecas.
Veremos que surpresas nos reserva a noite de viagem para as ruinas Mayas de Copan ja nas Honduras!
Suscribirse a:
Enviar comentarios (Atom)
No hay comentarios:
Publicar un comentario